Li no jornal que Spielberg se lembrou de Tintin para o seu próximo filme (a incluir numa trilogia), com estreia prevista para Outubro de 2011.
É, evidentemente, um direito que lhe assiste, mas quando penso noutros exemplos de heróis de banda desenhada substituídos no ecrã por figurões-de-carne-e-osso, tenho um pressentimento de que mais uma vez o papel vai ficar a perder: a luta entre quadradinhos e quadradão é desigual e já encontrei quem pensasse que Christian Clavier e Gérard Depardieu eram os genuínos Astérix e Obélix, inspiradores das bandas desenhadas de Goscinny e Uderzo.
É claro que a culpa não é quem faz os filmes e sempre houve bons e maus filmes independentemente de terem sido realizados a partir de guiões escritos para esse efeito ou adaptados de obras literárias ou bandas desenhadas. O que me incomoda, é a sensação que eu tenho, ao ver esses filmes, de que a essas histórias é roubado aquilo que as torna especiais — serem desenhadas.
E já agora, e se fosse Hergé a escrever e desenhar Spielberg? Claro que já é tarde para podermos ler essa aventura de Tintim em Hollywood, arranjei uma amostra para suprir esse lamentável desencontro.
Bom ano de 2010.