Enquanto espécie, não gosto de ministros. Enquanto espécie, gosto de escritores. Esta semana estou, portanto, a perder.
Por outro lado, há boas notícias para os lados da Amadora, onde a banda desenhada tem direito a festival. E isso é tão boa notícia quanto, como escreve Alexandra Carita no suplemento Actual do jornal Expresso de hoje, “Falar de BD no nosso país é falar num deserto”.
Cito ainda, do mesmo artigo (
Portugal aos quadradinhos):
“Arte tramada. Apreciada por todos, quase todos (que dela falam de cor mesmo sem dela terem guardado um livro na estante, mesmo sem o terem comprado). Mas verdadeiramente (re)conhecida por um reduzido nicho de especialistas, viciados, fãs, admiradores. Aqueles que chegaram a ela em crianças, se apaixonaram por ela na idade dos primeiros amores e não mais a largaram de vista na idade adulta. Poucos. Muito poucos em Portugal.”
Isto explica porque fico contente sempre que a BD é notícia. Já agora, aproveito para saudar a publicação (Asa / Público) de A Menina de Bois-Caïman (livro 1), de François Bourgeon que, vinte e tal anos depois, retoma a história de Passageiros do Vento. Saudação que abrange, para além, obviamente, do regresso da série Passageiros do Vento, retomando a narrativa 80 anos mais tarde, o conjunto de edições de banda desenhada que as edições Asa e o Público têm vindo a publicar.